Jack Draper admitiu que tem muito trabalho a fazer se quiser competir em Wimbledon no futuro, após uma derrota esmagadora para Marin Cilic na segunda rodada.

O número um britânico ainda não conseguiu avançar além da última rodada de 64 em seu Grand Slam em casa e, tendo entrado no torneio como quarto cabeça de chave após uma temporada brilhante até agora, a derrota por 6-4, 6-3, 1-6, 6-4 foi a mais dolorosa até o momento.

Grande mérito deve ser dado ao ex-finalista de 36 anos, Cilic, que, após ter desaparecido dos holofotes devido a duas cirurgias no joelho, apresentou uma atuação sublime na Quadra Um.

Mas Draper não conseguiu encontrar o tênis necessário para colocar seu adversário croata sob pressão constante, e falou depois sobre o quão difícil ele acha a grama.

“Muito frustrado,” disse o jovem de 23 anos. “Obviamente, muito chateado. Provavelmente uma das derrotas mais difíceis que já senti. Achei que o Cilic jogou uma partida incrível do começo ao fim. Não deu mole. Ele mereceu a vitória. Mas dói muito.

"Tenho ficado realmente desapontado com o desempenho do meu jogo na grama este ano, para ser sincero."

“Senti-me ótimo na quadra dura, senti-me ótimo no saibro. No meu jogo, senti que não havia muitas falhas, enquanto, assim que entrei na grama, senti uma grande diferença.”

“Embora eu tenha tido uma progressão incrível nos últimos 12 meses, ainda tenho muitas áreas do meu jogo que preciso melhorar. De certa forma, isso é empolgante, e de outra forma é difícil de lidar porque eu achava que estava mais à frente do que realmente estava.”

Draper colocou a cabeça nas mãos quando foi perguntado se a pressão da expectativa da torcida em casa havia contribuído para a derrota.

Citando Andy Murray, ele disse: “Isso me faz pensar que a conquista do Andy de ter vencido aqui duas vezes é simplesmente inacreditável. Não é a pressão, não é nada disso. Eu simplesmente não joguei bem o suficiente hoje. Perdi para um jogador melhor.”

Cilic perdeu para Roger Federer na final de 2017, três anos após conquistar seu único título de Grand Slam no US Open, e é um jogador comprovado na grama, tendo vencido o título do Queen’s duas vezes.

Ele voltou ao top 100 ao vencer o torneio Challenger de segunda divisão em Nottingham no mês passado, e ficou claro desde os primeiros momentos da partida que sua posição no ranking, 83, pouco indicava o perigo que ele representaria.

Cilic, que foi observado por seus dois filhos pequenos, mostrou que não perdeu a qualidade metronômica de seus golpes planos e profundos do fundo de quadra, enquanto Draper simplesmente não conseguiu encontrar qualquer semblante de controle.

Cilic, competindo em Wimbledon pela primeira vez em quatro anos, jogou um incrível jogo de devolução para conquistar o set inicial, e ficou claro que Draper estava em grande apuros quando o croata venceu cinco games consecutivos.

Só foi quando Draper realmente se soltou no início do terceiro set que ele deu a si mesmo e à torcida esperança de realizar a primeira virada bem-sucedida após estar perdendo por dois sets a zero.

Mas ele não conseguiu forçar a quebra no início do quarto set e, quanto mais a partida se prolongava, mais parecia que havia apenas um vencedor.

Draper, por sua vez, tornou-se o primeiro jogador a realmente questionar a precisão da marcação eletrônica de linha, que substituiu os juízes de linha, após reagir com descrença a algumas decisões.

“Eu não acho que seja 100% preciso,” ele disse. “Acho uma pena, uma tradição, que os árbitros não estejam envolvidos.”

O jovem de 23 anos admitiu que provavelmente ficará afastado do All England Club pelo restante do torneio, mas espera que Emma Raducanu possa ajudar a tornar o campeonato um sucesso para a nação anfitriã, mesmo assim.

“Emma está jogando muito bem,” disse Draper. “Eu a vi jogar ontem. Foi incrível. Ela tem uma verdadeira oportunidade. Espero que ela continue e nos deixe todos orgulhosos. Ela definitivamente tem capacidade para isso.”